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Archive for the ‘Top#’ Category

Uma pequena lista de coisas que conheci recentemente – seja por ser novo, seja por ser “descoberto”:

Abandoned Love
Uma música deixada de lado na época do disco “Desire” (1976). Ele chegou a gravá-la no estúdio com a banda da época (que contava apenas com bateria, baixo, ele no violão e Scarlet Rivera no violino) e esse registro seria lançado na coletânea “Biograph” (1985).
Mas não é essa versão de estúdio que mais surpreende. Nesse período, voltou a andar no bairro Greenwich Village – que fora reduto dos beatniks e folks, mas nessa fase abrigava músicos punks e new wave.
Em um bar desta região, o Bitter End, Dylan foi assistir uma apresentação de seu contemporâneo Ramblin’ Jack Elliot. Ao ser chamado para fazer uma participação no show, Dylan pegou o violão e começou a tocar sozinho essa música, então desconhecida.

(…)
I march in the parade of liberty
But as long as I love you I’m not free.
How long must I suffer such abuse
Won’t you let me see you smile before I cut you loose?
(…)

Idiot Wind
Eu já conhecia essa música, lançada no histórico “Blood On The Tracks” (1975). Mas, lendo a biografia de Clinton Heylin sobre Dylan, tive conhecimento do contexto, o que me fez prestar mais atenção na letra e na interpretação dele. No álbum, é perceptível a mudança de entonação na voz dele, que vai se tornando cada vez mais intensa, chegando a ficar quase em êxtase (um êxtase paranóico, eu diria).
A versão ao vivo, para o álbum “Hard Rain” (1976) também traz uma certa mudança ao longo da música. A letra merece uma dupla atenção!

(…)
Idiot wind, blowing through the flowers on your tomb,
Blowing through the curtains in your room.
Idiot wind, blowing every time you move your teeth,
You’re an idiot, babe.
It’s a wonder that you still can even breathe.
(…)
It was gravity which pulled us down and destiny which broke us apart
You tamed the lion in my cage but it wasn’t enough to change my heart.
Now everything’s a little upside down, as a matter of fact the wheels have stopped,
What’s good is bad, what’s bad is good, you’ll find out when you reach the top
You’re on the bottom.
(…)

Shelter From the Storm
Esta música, também do álbum “Blood On The Tracks”, me voltou a chamar atenção por causa do retorno da turnê do Bob Dylan. Os shows acontecem no Japão, durante o mês de março, onde Dylan tocará 14 shows 19 dias.
Nos primeiros shows do ano, em Osaka, Dylan mostrou uma releitura inédita dessa canção. Ele mudou completamente os arranjos e o clima que a música passa.

(…)
And if I pass this way again, you can rest assured
I’ll always do my best for her, on that I give my word
In a world of steel-eyed death, and men who are fighting to be warm.
“Come in,” she said, “I’ll give you shelter from the storm.”
(…)
In a little hilltop village, they gambled for my clothes
I bargained for salvation an’ they gave me a lethal dose.
I offered up my innocence and got repaid with scorn.
“Come in,” she said, “I’ll give you shelter from the storm.”
(…)

Must be Santa
É inacreditável ouvir Bob Dylan entoando canções natalinas. E não é só pela temática das musicas, mas por suas melodias alegres. Não é sempre que ouvimos Dylan na versão feliz, infantil e “inocente”! Já escrevi sobre “Christmas In The Heart” (2009) aqui.
E o quê dizer do clipe? A dança e a peruca são simplesmente surreais!

(…)
Who’s got a big red cherry nose
[Santa’s got a big red cherry nose]
Who laughs this way ‘Ho, Ho, Ho!’
[Santa laughs this way ‘Ho, Ho, Ho!’]
(…)

Forgetful Heart
Sim, Bob Dylan está perdendo a voz. É perceptível como a cada álbum que passa, a voz dele fica cada vez mais rouca, suja e escassa. Mas é assim que alguns sentimentos devem soar.
Em “Forgetful Heart” – do último álbum de inéditas, “Together Through Life” (2009) – Dylan utiliza dessas características para cantar uma música densa, melancólica e com uma guitarra angustiante (na versão em estúdio, mas não a achei no youtube).

(…)
Forgetful heart,
like a walking shadow in my brain.
All night long
I lay awake and listen to the sound of pain.
The door has closed forever more,
if indeed there ever was a door.

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Pode parecer um jabá, mas prometo que isso é mais um conselho do que qualquer outra coisa! A Trama costuma lançar alguns CDs de artistas gringos com um preço que é impossível não comprar, mesmo no atual contexto de “aaah, nem vou comprar porque dá pra baixar tudo pela internet, ôw!” (Gostaram do resumo da crise na industria fonográfica? Escrevi também um post sobre a influência do vinil para remediar esta baixa).

Voltando ao assunto: o valor dos CDs é de R$8,00. Isso mesmo! Oito real! Já comprei alguns e disponibilizo aqui um humilde Top 5 (sem ordem hierárquica, ok?):

Medeski, Martin and Wood – Shack-Man
Já conhecia outros trabalhos desse trio canadense, principalmente em conjunto com o guitarrista John Scofield (ainda hei de escrever sobre ele!). A música “Bubblehouse” já vale o CD inteiro, mas as outras músicas são tão fodas quanto!

Infelizmente este CD está esgotado.

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Kelly Joe Phelps – Shine Eye Mister Zen
Toca uma guitarra slide fudida e tem uma voz que lembra Jack Johnson. Contudo, vejo-o com muito mais qualidade, menos praiêro, menos “pop” e mais roots. Deu pra entender?

Além de slide ele faz uns dedilhados bem harmônicos

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MC5 – Babes In Arms
O MC5 (Motor City Five) é uma banda de Detroit que tem seu lugar cativo na história do rock, principalmente no punk. Eles começaram no final dos anos 60, mas não pense que eles soavam como uma banda dessa década.

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Jenny Lewis with the Watson Twins – Rabbit Fur Coat
Quando ouvi a primeira faixa, gostei um pouco do coralzinho cantando “Run Devil Run”. Mas quando eu ouvi a segunda, nos primeiros segundos de “The Big Guns” já sabia que iria levar o CD. Folk do bom! Tem até cover de “Hand With Care”, do Travelling Wilburys.

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The Gentle Waves – The Green Fields of Foreverland
Trata-se de um projeto de Isobel Campbell, ex-Belle & Sebastian. Um sonzinho alegre, bonitinho e que tem seu momento. Nem sempre, mas tem. Como diria Bertolt Brecht:

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A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

That’s all, folks!

***

Update!

E olha a situação: Quando pensei nesse post, estava lendo uma matéria da Mojo que comprei de Junho de 2009 (elas chegam no Brasil por R$ 60, mas às vezes acho por R$15! E vem com CD!) sobre o violinista e cantor Andrew Bird. E na hora de escrever o post, simplesmente passei reto dos CDs dele, que também estão a venda por R$8!

Andrew Bird – Oh! The Grandeur
Com seu grupo Bowl Of Fire, o multi-instrumentista Andrew Bird faz um álbum que flerta com a sonoridade do jazz ragtime de New Orleans do começo do século XX e outras influências – como o tango e uma pitada de violinos ciganos. Um CD que vale cada centavo pago… mesmo se custasse o triplo! Outro CD dele, The Swimming Hour, também está a venda pelo mísero precinho, mas não é TÃO bom quanto este.

Não achei nenhum video ligado ao “Oh! The Grandeur”, mas disponibilizo uns trechos de música:

Candy Shop

Vidalia

Respiration

Agora sim… Chega por hoje!

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Top5 – I shall be released

Em 1966, Bob Dylan sofreu um acidente de moto que o tirou da turnê infinita que estava fazendo. Para se recuperar, comprou uma casa na região bucólica de Woodstock (sim, a mesma que abrigaria o festival hippie anos depois). Sua banda de apoio da época, The Band, também se hospedou na mesma região e todos passaram os últimos três anos da década de 60 ensaiando diariamente, mas sem nenhum plano de voltarem para estrada tão cedo.

Boa parte desses ensaios foi gravada e seria compilada no álbum duplo “The Basement Tapes”, lançado apenas em 1975. Contudo, uma das melhores canções de Bob Dylan dessa safra ficaria de fora dessa compilação. A primeira aparição de “I shall be released” seria no álbum de estréia do The Band, “Music From Big Pink” (Big Pink era o apelido da casa do grupo em Woodstock). Ao longo dos anos, diversas outras pessoas gravaram essa música (a enciclopedia dylanesca Keys To The Rain apresenta mais de uma página só com referencias de gravações) e Dylan tocaria frequentemente em seus shows. A versão de 1967 só seria lançada oficialmente em 1991, na compilação de sobras de estúdio “The Bootleg Series – Vol. 1 – 3”

O site PopMatters fez uma seleção das diversas versões dessa música, fiz um Top5 delas:

The Band

Nina Simone

Mama Cass, Mary Travers & Joni Mitchell

Last Waltz – The Band com: Bob Dylan, Joni Mitchell, Neil Young, Van Morrison, Ringo Starr, Eric Clapton, Neil Diamond, Ronnie Hawkins, Dr. John, Ron Wood…

Sting

*** Bonus!

Bob Dylan & Norah Jones

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O comediante Kessler Knigge faz diversos vídeos com a temática “10 coisas que você não deve fazer”. As situações são das mais diversas: cirurgia, primeiro encontro, jantar com amigos, avião, etc…

Eis um Top10:

1- Cirurgião

2- Conhecendo os pais da namorada

3- Vendedor

4- Na maternidade

5- Briga com a mulher

6- Comissário de bordo

7- Ginecologista

8- Drogas ao volante

9- Professor

10- Elevador

Veja mais de 70 videos do Kessler Knige

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clique na imagem para aumentá-la

via Chongas

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Top5 – Chutes dylanescos

Não irei discorrer a respeito do talento como letrista de Bob Dylan. Quanto a isso, muitos já disseram e muitos ainda dirão (como eu, futuramente!). Contudo, deve se respeitar a sofisticação de Dylan quando ele quer dar um fora, um belo chute-na-bunda, através de suas músicas.

O Washington Post divulgou uma lista com cinco foras mais ácidos que cantor deu através de seus versos.

1- “Don’t think twice it’s all right”
“But goodbye’s too good a word, babe/So I’ll just say fare thee well/I ain’t sayin’ you treated me unkind/You could have done better but I don’t mind/You just kinda wasted my precious time/But don’t think twice, it’s all right” (“Mas ‘adeus’ é uma palavra muito boa, querida/ Então eu digo apenas ‘até logo’/ Eu não estou dizendo que você me destratou/ Você poderia fazer melhor, mas eu não ligo/ Você meio que desperdiçou meu tempo precioso/ Mas não pense duas vezes, está tudo bem”)

A sutileza e ironica do título é o que torna a musica ainda mais ácida. O uso de um termo carinhoso, babe (querida), além do “descaso” pelo destrato sofrido pelo eu-lírico, apenas encobre e maqueia o descaso não pelo distanciamento, mas por quem o começou.

2. “4th Time Around”
“And I, I never took much/I never asked for your crutch/Now don’t ask for mine” (“E eu, eu nunca exigi muito/ Eu nunca pedi pela sua muleta/ Agora não peça pela minha”)

Oliver Trager sugere que essa musica é uma resposta a “Norwegian Wood (The bird has flown), de John Lennon. Principalmente essas últimas linhas, que respondem de forma um tanto irônica a influência de Dylan sobre os FabFour.

3. “Positively 4th Street”
“Yes, I wish that for just one time/You could stand inside my shoes/You’d know what a drag it is/To see you” (“Sim, eu gostaria que ao menos uma vez/ Você estivesse no meu lugar/ Você saberia como é um saco/ Te ver”)

Essa musica, lançada como single em 1965, é basicamente um ataque atrás de outro. Cada estrofe é uma ofensa, às vezes irônica e sutil, às vezes agressiva e explícita. As frases acima talvez se encaixem mais na segunda opção.

4. “It’s All Over Now, Baby Blue”
“The vagabond who’s rapping at your door/Is standing in the clothes that you once wore/Strike another match, go start anew/And it’s all over now, Baby Blue” (“O vagabundo que está batendo na sua porta/ De pé com as roupas que você já usou/ acabe com outro jogo, comece de novo/ Está tudo acabado, ‘querida azul’”)

Sem comentários. Uma bela humilhada, com um final conclusivo.

5. “Masters of War”
“And I hope that you die/And your death’ll come soon/I will follow your casket/In the pale afternoon/And I’ll watch while you’re lowered/Down to your deathbed/And I’ll stand o’er your grave/’Til I’m sure that you’re dead” (“E eu espero que você morra/ e sua morte virá logo/ Eu seguirei seu caixão/ Na tarde pálida/ E eu assistirei enquanto você estiver descendo/ No seu leito de morte/ E eu ficarei parado na sua sepultura/ Até eu ter certeza que você está morto”)

Essa música, com um conteúdo mais político do que passional, traz uma descrição dura. É forte a imagem de alguém observando seu inimigo (ou ex-amor) na sepultura e ter certeza que ele está morto.

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Devaneios eruditos

Espero compensar minha ausência com algumas sugestões de música erudita. Eis um humilde TOP 5! Não coloquei nenhum Glenn Gould porque ele já teve seu espaço anteriormente.

1 – Mozart – Sinfonia nº 25

Condutor: Karl Bohm

2 – Elgar – Concerto para Cello em E menor (opus 85)

Condutor: Daniel Barenboim
Cello: Jacqueline Du Pré

3 – Mozart – Concerto para Piano nº20

Piano/Condutor: Mitsuko Uchida

4 – Bach – Suíte para Cello nº1

Cello: Yo-Yo Ma

5 – Bach – Ária na 4ª corda

Violino: Sarah Chang

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Desculpe, mas terei que postar dois extras para o meu “Top 5 – Vozes femininas atuais”. Eu juro que tentei manter minha palavra e respeitar o número da seleção, mas é difícil deixar essas duas bandas de fora.

Extra#1: Metric – Empty

Extra#2: Paramore – Misery business

Mal ae…

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Top 5 – Vozes femininas atuais

Gosto de mulheres. E muito! Além de belas e envolventes, muitas delas detém habilidades que as fazem ainda mais contempladas por mim.

Para isso, fiz um Top 5 das vozes femininas atuais que fazem minha mente ultimamente:

5 – KT Tunstall – Black Horse And The Cherry Tree

4 – CéU – Lenda

3- Cat Power – The Greatest

2- Kate Nash – Foundations

1- Amy Winehouse – You Know I’m No Good

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Jota Quest – Ao vivo MTV

     Comprei recentemente o CD “Ao Vivo MTV”, do grupo mineiro Jota Quest. Adquiri o artefato pelo simples motivo de ter em meu acervo uma compilação bacana das músicas do grupo.

    Contudo, conforme eu fui ouvindo e re-ouvindo o CD, boa parte das músicas faziam parte do meu repertório vivo, já que lembrava integralmente ou em partes da maioria das músicas. Então eu parei para escutar.

    Jota Quest é uma ótima banda. O que faz uma banda ser pop? Ser comercial ou ser comercializável? Sendo a segunda opção a mais correta, vejo que Jota Quest como pop. E, quero salientar, ser comercializável não é crime. Não sou daqueles que só ouve bandas desconhecidas, pobres, com produções toscas e shows insanos. Escuto elas também, mas não apenas.

    Jota Quest é um pop/rock-funk/soul com uma ótima qualidade. São músicos bons, que sabem escolher minimamente o quê fazer em cada parte da canção, sabendo respeitar os outros integrantes, além de tocar para a música, e não utilizarem dela para mostrarem o quão são capazes. Pode parecer um detalhe pequeno e quase ínfimo, mas muita diferença, principalmente no estilo que eles se encaixam.

    Sobre o CD, é impossível ficar sem conhecer grande parte das músicas. Para o bem e para o mal, admito. “Fácil” não é uma canção boa, por exemplo. Porém, a maioria das músicas é boa, não ÓTIMA, mas boa, e é isso que eu espero de uma banda “comercializável”. Nem todas conseguem se manter no degrau radiofônico enquanto evoluem estética e liricamente. Conto nos dedos exemplos assim (a começar pelos Beatles).

Meu TOP 5 do CD:

5- Encontrar alguém

4- Dores do mundo

(Desculpe pela qualidade deste vídeo, mas foi o melhor que eu achei)

3- Do seu lado

2- Mais uma vez

1- Na moral

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