Alguns anos após a morte de Mao Tse-tung – que com sua Revolução Cultural cortou relações da China com o restante do mundo, proibindo até o ensino de música erudita européia – o lendário violinista Isaac Stern é convidado a visitar o país. O objetivo era, além de estreitar as relações entre a China e o ociente, que o músico ucraniano compartilhasse suas técnicas e abordagens musicais.
Esta é a espinha dorsal do documentário “De Mao a Mozart”, dirigido por Murray Lerner, que no currículo tem vários outros registros na área da música, passando de Bob Dylan a The Who.
O documentário aborda basicamente três temas: A exótica cultura chinesa, os ensinamentos na interpretação de Isaac Stern e os tratos com os professores de música contrários à Revolução Cultural instituída no país.
As passagens em que Stern faz algo que se parece um workshop, dando dicas de interpretação e técnicas no violino a músicos chineses é tão brilhante quanto didática. É uma boa lição para entender o que faz um músico ser um bom intérprete. Como a técnica pode tanto aprimorar como limitar uma perfomance.
Em contraste com a beleza dos ensinamentos de Stern, o doumentário relata os tratos aos professores dos conservatórios que se arriscaram a ensinar músicas de compositores eruditos europeus nos conservatório de música. Um professor afirma que pior do que toda a tortura que sofreu, a humilhação de ser tratado como criminosos foi mais traumatizante ainda.
Abaixo, o documentário “De Mao a Mozart” (na íntegra):