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Archive for the ‘Afins…’ Category

Sei que tenho sido muito ausente por aqui. O carinho é o mesmo, mas tenho experimentado novas plataformas.

Para quem se interessar, segue minhas outras brincadeiras:

Dylanesco – Só sobre Bob Dylan;

Pedroluts – Interpretações minhas para canções próprias e covers;

Fac-Simile – Imagens interessantes e palpáveis;

Trilhando – Compilação de músicas que ouço no dia a dia.

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O polonês naturalizado americano Arthur Rubinstein é considerado um dos pianistas virtuosos mais importantes do século XX. Suas interpretações de Chopin são aclamadas como as melhores do século.

Mas este post não se trata da sonoridade de Rubinstein, mas de algo mais visível: suas capas de discos. Inúmeras vezes ví algumas capas dos álbuns de Rubinstein e tive que parar para contemplá-las por alguns instantes. A maioria são apenas fotos com filtros que as deixam com uma textura diferente, mas as imagens registradas são de uma riqueza artística tão sofisticada quanto o conteúdo músical do disco.

Veja algumas:

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Trabalhei em uma livraria, na seção de Música Clássica. Nela, além de vários estilos eruditos (ópera, ballet, erudito, sacro), também ficavam as seções de Jazz e Instrumental Brasileiro. O lugar ficava separado por paredes de vidros, que isolavam o som ambiente do restante da loja.

O público que se interessava em adentrar esta sala fria (não é metáfora, o ar-condicionado era mais forte do que no restante da livraria) tinha um perfil que mais se assemelhava a livreiros que frequentam bons sebos do que a maioria dos clientes de livrarias instaladas em shoppings.

Boa parte destes visitantes consistia em verdadeiros garimpeiros: chegavam calados, cumprimentavam e iam logo bater as prateleiras de CDs e DVDs em busca de algo que fazia sentido para eles. Alguns pais, como de costume, eram obrigados a levar suas crianças em todo lugar que iam, incluindo sua pescaria cultural.

Certa vez, um pai entrou com sua pequena filha – provavelmente com uns 8 anos, toda serelepe (a.k.a.: hiperativa). Como já presenciei outras cenas parecidas, já tinham uma lista de sugestões para evitar que a criança chamasse o pai e deixa-lo em paz na sua peregrinação nas estantes.

Vesti suas orelhas com o fone-de-ouvido, mas a primeira sugestão não a agradou muito: Barbatuques. Foi minha proposta inicial porque quase todas as crianças caem na risada quando ouviam aqueles sons saindo daqueles corpos.

A segunda sugestão começava com um apelo visual, com um robô amarelo a frente de um teclado e um fundo azul-roxeado com seus auxiliares da nave espacial. Coloquei na segunda faixa, que iniciava com flautas fazendo um som percussivo e engraçado, seguido por uns gritos tribais e (quase) aleatórios.

Vi em silêncio seus olhos olharem para o infinito, como se ficassem em stand-by enquanto todo seu cérebro se concentrava na audição. Sua boca aberta não era de felicidade e nem de espanto, era a descoberta e diversão do primeiro contato com um mundo de novas cores.

Após algum tempo repetindo a faixa, ela tirou os fones e exigiu (em forma de insistência) que seu pai comprasse o CD. Depois de alguns argumentos sólidos (“pai, compra!”; “compra, pai!”) ela venceu e seu pai inclui o álbum na cesta com suas de guloseimas sonoras.

Meses se passaram e lá eu estava na livraria (como eu fazia seis vezes por semana). Dessa vez, contudo, não estava nos Clássicos, mas “passeava” por outras seções. De repente, ouço uma garota loura gritar para sua avó: “Vó, é ele! É ele, vó!”. Dirijo-me até as duas e cumprimento-as. Eis que ouço o relato da avó: “Minha neta não para de ouvir o CD do robozinho. Daqui a pouco o disco fura de tanto que ela ouve aquilo”.

Meus dois anos lá tinham valido a pena.

Obs.: Eis um site para fazer download do CD “Head Hunters”, de Herbie Hancock.

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justaposição

Arnaldo Antunes – Envelhecer

 

Glenn Gould – Goldberg Variation (versão de 1955 e 1981)

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Diane Birch me chamou a atenção primeiramente pela capa…

… depois, pelo som pop/soul bem-feito …

… mas foi com esse clipe que ela se firmou!

Para quem quiser matar a curiosidade, saiba como foi feito:

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Já publiquei aqui, há três anos atrás, uma breve e singela biografia do Bob Dylan. Em vários outros posts, também é possível ler outras coisas que escrevi sobre ele. Mesmo assim, não poderia deixar de publicar mais um (e já adianto que não será o último). A razão deste é o aniversário de 69 anos do cantor e compositor.

Já estava planejando algo com uma temática dylanesca, mas a idéia do texto ainda está maturando e não consegui me planejar para publicá-lo hoje.

Para registrar essa data, compartilho uma canção bem antiga do Bob Dylan. “John Brown” teve seu primeiro registro em 1962, numa gravação de um show que Bob fez no “Gaslight Café”. Contudo, uma gravação oficial só seria lançada em 1994, no álbum “Mtv Unplugged”.

Não sei exatamente quando a canção foi composta (não estou em casa para pesquisar na minha humilde biblioteca Dylan), mas ele tinha no mínimo 21 anos – já que nasceu em 1941 – quando escreveu essa música que faz uma crítica dura e com uma abordagem criativa e contundente sobre a guerra, seja ela qual e quando for.

A evolução e a descrição da trama são intrigantes. O final da música é de deixar qualquer um embasbacado.

John Brown

John Brown went off to war to fight on a foreign shore
His mama sure was proud of him!
He stood straight and tall in his uniform and all
His mama’s face broke out all in a grin

“Oh son, you look so fine, I’m glad you’re a son of mine
You make me proud to know you hold a gun
Do what the captain says, lots of medals you will get
And we’ll put them on the wall when you come home”

As that old train pulled out, John’s ma began to shout
Tellin’ ev’ryone in the neighborhood:
“That’s my son that’s about to go, he’s a soldier now, you know”
She made well sure her neighbors understood

She got a letter once in a while and her face broke into a smile
As she showed them to the people from next door
And she bragged about her son with his uniform and gun
And these things you called a good old-fashioned war

Then the letters ceased to come, for a long time they did not come
They ceased to come for about ten months or more
Then a letter finally came saying, “Go down and meet the train
Your son’s a-coming home from the war”

She smiled and went right down, she looked everywhere around
But she could not see her soldier son in sight
But as all the people passed, she saw her son at last
When she did she could hardly believe her eyes

Oh his face was all shot up and his hand was all blown off
And he wore a metal brace around his waist
He whispered kind of slow, in a voice she did not know
While she couldn’t even recognize his face!

“Oh tell me, my darling son, pray tell me what they done
How is it you come to be this way?”
He tried his best to talk but his mouth could hardly move
And the mother had to turn her face away

“Don’t you remember, Ma, when I went off to war
You thought it was the best thing I could do?
I was on the battleground, you were home . . . acting proud
You wasn’t there standing in my shoes”

“Oh, and I thought when I was there, God, what am I doing here?
I’m a-tryin’ to kill somebody or die tryin’
But the thing that scared me most was when my enemy came close
And I saw that his face looked just like mine”

“And I couldn’t help but think, through the thunder rolling and stink
That I was just a puppet in a play
And through the roar and smoke, this string is finally broke
And a cannonball blew my eyes away”

As he turned away to walk, his Ma was still in shock
At seein’ the metal brace that helped him stand
But as he turned to go, he called his mother close
And he dropped his medals down into her hand

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Para complementar meus posts sobre vinil (E o futuro está no passado / Sociologia do vinil), um vídeo (em inglês) de como é fabricado um disco.

Parte 1

Parte 2

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Larica Total

Para quem tem acesso ao Canal Brasil na televisão, já deve ter se deparado com um carioca trintão, toscão e lariquento numa cozinha zuada rústica fazendo receitas esdrúxulas. Em caso afirmativo, pule os próximos parágrafos. Para quem não conhece, continue lendo…

Ele é Paulo de Oliveira, interpretado (ele representa?) por Paulo Tiefenthaler. Sua personagem (no feminino é mais chique, sofisticado) interpreta um solteirão e sugere receitas simples, fáceis e viáveis. Um programa da “culinária verdade, culinária guerreira” chamado belissimamente “Larica Total”!

– Na sua TV pega o Canal Brasil? NÃO?!? Não fique triste!!

O site do Canal Brasil disponibilizou vários programas na íntegra para assistir!

Ei-lo um magnífico:

CHURRASCO INDOOR (Tentei colocar como embed, mas meu vasto conhecimento me limitou…)

Meu grande amigo Jão tem um blog especializado em comidas rústicas, Fast-Food de Pobre.

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Música se aprende

O pessoal da região Sul sempre tem idéias originais. Além das bandas de lá, como Bidê Ou Balde, Video Hits, Cachorro Grande e tantas outras, eles criaram, ou difundiram, o FlashRock. Isso em 2007. O “movimento” consistia numa mistura de flash mob com rock. A banda se instalava a noite num ponto de ônibus e simplesmente começava a tocar.

Agora a Unisinos criou o curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock. A idéia de criar um curso com o Rock como temática principal é ousada, mas interessante. Não sei se eles ensinarão tudo, como sexo e drogas… Mas rock’n’roll faz parte do currículo!

Para divulgá-lo, criaram o “Musica se aprende” (site e twitter) com várias informações sobre a história do rock. Tem algumas materias interessantes, entrevistas…

Enfim, fica a dica!

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Lua (ou Sol)

Comprei há algum tempo um mp3 player. Como sou econômico humilde, resolvi pegar um bem simples, sem frescuras. Quando eu comecei a usa-lo, percebi que as frescuras que eu abri mão foram: volume razoável, bateria durável e painel alumiado. Ou seja, um aparelho abominável, com volume baixo, pouca bateria e uma dificuldade para escolher as músicas.

Enfim, não o uso mais. Na volta de São Paulo, quando fui ver a Virada Russa, passei numa loja na rodoviária para arrumar algo para ler. Achei um livro que me pareceu de distribuição independente, quase amador, com contos, “mini-contos” e poesias. Li de forma aleatória, entre uma olhada e outra pela janela.

Há uma certa altura da viagem (km 64), deparei-me com um “mini-conto” que eu achei bem interessante. Às vezes ele me parece um rascunho. De qualquer forma, compartilho com vocês.

Lua (ou Sol)
por Luis Tavares Santos

Mesmo com todas as mudanças climáticas ocorridas nos últimos tempos; mesmo os gases emitidos pelas fábricas, refinarias, carros, construções; mesmo com os fenômenos da natureza; as angulações da luz e seu prisma; mesmo com todas as explicações e teorias, ele nunca vira uma lua daquelas.

Não era uma lua qualquer. Não parecia uma lua qualquer. Talvez nem fosse lua, talvez fosse sol. Ele a vira numa madrugada, antes da chegada dos pássaros, longe da chegada do dia, da chegada do final, ou do começo. Já fizera sua escolha, sua decisão. Era uma questão de esperar o dia acabar. Eis que ele é presenteado com uma lua que ele nunca vira.

Era grande, imponente, como se autorizasse sua escolha. Símbolo de consentimento. Ele a vira a caminho da despedida, nas ruas que passaria pela última vez, na portaria que não escalou, nas curvas que mal fazia. Eles se encontravam entre uma olhada e outra, entre uma enxurrada e outra, enxugada e outra, exumada e outra.

Chegou em casa sem forças para sobreviver. Adormeceu como num último sono.

***

Acordou pouco tempo depois, mas como se fizesse anos que dormira. O cansaço dos pés não estavam sanados, mas a mente estava revitalizada. Olhou-se no espelho. Não se reconheceu. Estava tudo lá: a barba, a boca, os olhos, mas havia uma leveza no olhar, uma serenidade na expressão. Fazia tempo que não deixava de sentir um fardo. Suas cobranças consigo eram as mesmas do dia anterior, mas uma pendência resolvera. Com ajuda da lua. Uma lua que ele nunca vira.

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