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Archive for julho \21\-03:00 2010

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Obrigado pela piada, Allan!

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Ao me deparar com a capa, enquanto garimpava aleatoriamente CDs em uma loja, fiquei curioso pelo tipo de som. O termo “Estação Suburbana” me lembra minhas idas à casa dos meus avós maternos, em Santo André, cidade da Grande São Paulo (ou o ABC Paulista, que reúne três cidades “sacras”: Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul). Por não me ser corriqueiro, a rapidez dos trens, assim como o característico cheiro de freio, sempre me remeteram a uma época específica, ao carro Gol quadrado que minha avó possuía, ao modo como ela quase não mexia as mãos para fazer as curvas e aos botões retangulares da buzina.

Boa parte dessas imagens percorreu minha cabeça quando eu peguei o CD do trio campineiro Aquarela Sonora. Ao ouvir, porém, essas imagens tão específicas e cotidianas se perderam em um universo muito maior. Apesar de tanto o nome do grupo quanto do álbum remeterem a algo brasileiro e corriqueiro, a sonoridade percorria ambientes muito além da minha infância.

Sim, o trio é brasileiro. Não há vocais nas músicas. Porém, não ouso classificar o álbum como “instrumental brasileiro”. “Estação Suburbana” é musica instrumental, sem distinção geográfica ou cultural. As influências regionais são claras e vivas, mas não há diálogos constantes e nem uma tendência de “retorno às origens”. Aquarela Sonora remete aos trios, digamos, expatriados – no melhor sentido do termo.

Há outros exemplos atuais de trios que conseguem fazer essa “universalização” do jazz, mantendo a tradição americana do estilo, mas agregando experiências e abordagens que ajudam a expandir e não a restringir sua área de atuação. Um exemplo internacional é o grupo liderado pelo sueco Esbjörn Svensson, o EST (Esbjörn Svensson Trio), com uma abordagem contemporânea em um formato padrão de grupo jazzístico.


Não quero inutilizar ou rebaixar os álbuns instrumentais nacionalistas. Acho que uma releitura do repertório nacional ou uma abordagem erudita e técnica de sonoridades populares são completamente necessárias e cativantes. Porém, é interessante ouvir um trio brasileiro que consiga deixar de lado esse “patriotismo sonoro” para conseguir experimentar e vivenciar horizontes onde a música alcança um nível de plenitude que ela fica transparente e neutra: o tom da música – se será melancólica, nostálgica, calma, divertida ou apenas curiosa – é dado não pelo emissor, mas pelo receptor da informação.

Como encontrei pouquíssimas informações relevantes do Aquarela Sonora na internet, e muito menos sobre o CD Estação Suburbana, disponibilizo um link para o download deste álbum.

Rapidshare

Boa viagem.

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Presenciando o sublime

Como uma súplica, as primeiras notas expressam um desespero agonizante. Após um leve sussurro dos sopros, tomado por um cansaço, o solo passa a ser menos desesperado, mas não menos triste. As violas entram para acalentar esses pensamentos e são correspondidas pela mesma melodia, carregada de sentimentos. Esse diálogo permanece e se intensifica até seu apogeu, com a entrada do tímpano e toda a orquestra seguindo o tema, escrito após o compositor acordar de uma cirurgia.

Esses são os primeiros minutos do Concerto para Violoncelo do britânico Sir Edward Elgar. A interpretação mais famosa dessa peça foi executada pela também britânica Jacqueline Du Pré. Sempre me emocionei ao ouvir essa gravação e sempre creditei à solista a alta qualidade dessa obra (quem tem uma trajetória tão intensa quanto a melodia)

Contudo, tive a oportunidade de ouvir essa obra despida dessa musicista tão importante e imponente. A interpretação de Du Pré é sobre-humana e exalta intensidade, mas nem por isso Elgar não partilha do crédito ao presentear-me com lágrimas. A Orquestra Sinfônica de Campinas, sob a regência de Karl Martin, incluiu esse concerto na sua programação de 2010. Como solista, convidou o violoncelista Alexander Hülshoff.

Ouvir esta peça ao vivo é se entregar aos sentidos. Todos os movimentos, com mínimas interrupções entre eles, suscitam visões diferentes. Hülshoff interpretou de maneira precisa e demonstrou devoção a cada nota executada. A orquestra soube dialogar tanto com o solista como aproveitar cada compasso. É perceptível o respeito e o prazer que os músicos têm pela condução de Karl.

Para mim, presenciar orquestras executando obras que me são familiares é cada vez mais interessante e vem se tornando um esporte ambicioso. Prestar atenção nas intenções, nas pequenas mudanças e nos detalhes menos óbvios é, além de intrigante, um ótimo exercício de auto-conhecimento: tentar entender como e porquê cada passagem instiga determinadas sensações.

Abaixo, os vídeos de uma apresentação que Du Pré fez sob regência de Daniel Barenboim (Seu marido na época).

I. Adagio – Moderato

II. Lento – Allegro molto

III. Adagio

IV. Allegro – Moderato – Allegro, ma non troppo – Poco più lento – Adagio
Parte 1

Parte 2

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Ok, ok. Este clipe não chega ao nível de bacanice do vídeo de estréia da série “Clipes bacanudos”. Mas gostei da idéia do corpo de papel e a música também tem sua qualidade (mesmo sendo uma mistura de Siouxsie and the Banshees com Shakira[!]).


Mowgli é o personagem Mogli, do “Livro da Selva”, de Rudyard Kipling.

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